A direcção do Petro de Luanda homenageou ontem Marcos dos Santos, atleta do clube, que representou o país nos Jogos Olímpicos de Paris, em provas de 100 metros, com um desempenho sem precedentes na história do desporto nacional.
A cerimónia, que teve lugar no Eixo-Viário, sede do clube, foi marcada por pronunciamentos carregados de emoções, com a mãe do velocista a não conseguir conter as lágrimas e membros da direcção, da equipa técnica, a mãe do atleta e o próprio Marcos, a agradecerem a Deus pelo feito inédito do corredor, mas também da família, do Petro de Luanda e do país.
Breve nos elogios e nas palavras de encorajamento ao atleta, Tomás Faria, o presidente do Petro de Luanda, usou parte substancial da sua intervenção para arrepiar caminho e revisitar, com indisfarçável orgulho, o percurso que permitiu abrir as portas dos Jogos Olímpicos de Paris para Marcos dos Santos, o “menino de ouro” do atletismo angolano.
Lembrou que quando, em 2014, chegou à presidência do Petro de Luanda, o atletismo não fazia parte das modalidades nucleares do clube. “Num trabalho de hierarquização das modalidades, tivemos de colocá-lo em quarto lugar, com o futebol no topo, seguido do basquetebol e este pelo andebol feminino”, disse o líder dos tricolores, que citou Auxílio Jacob como um dos influenciadores da decisão. “Em conversa, o actual administrador de Cacuaco disse-me que nós, os angolanos, temos características sanguíneas propícias para o atletismo e eu acreditei”, salientou.
Sem perder tempo, gizaram, com Auxílio Jacob, então presidente da Federação Angolana de Ginástica, a estratégia que culminou com a melhor exibição de sempre de Angola em Jogos Olímpicos, em provas de 100 metros, com Marcos dos Santos a passar para segunda fase de competição, feito nunca antes alcançado por nenhum atleta angolano em semelhantes competições.
O vice-presidente do clube, Amaral Aleixo, que chefiou a caravana do Petro de Luanda aos Jogos Olímpicos de Paris, atribuiu o bom desempenho do velocista tricolor a Tomás Faria. “É um projecto concebido pelo clube, mas pensado pelo presidente”, sintetizou, lembrando a máxima de Santo Agostinho: “A cada um o que é seu”.
“O que se passou em Paris é indescritível”, afirmou, antes de desdobrar-se em agradecimentos, primeiro a Deus, depois ao presidente do clube e aos demais colegas de direcção, sobretudo ao pessoal do Departamento de Atletismo, à equipa técnica, ao Marcos, pelo desempenho individual e colectivo.
Chamado a intervir, o treinador de Marcos dos Santos, Santana João, alinhou pelo mesmo diapasão com que Amaral Aleixo construiu toda a sua narrativa, reservando para Deus as primeiras palavras de agradecimentos, deixando as subsequentes para o presidente Tomás Farias. “Em primeiro lugar, agradeço a Deus, pela honra e glória e, em segundo, ao clube, por ter pensado, na pessoa do seu líder, na elaboração do projecto que nos levou aos Jogos Olímpicos de Paris”, disse emocionado.
Que Deus abençoe o Petro
Com os olhos inundados de lágrimas, que disse serem de alegria, a mãe de Marcos pediu, a meio de agradecimentos ao clube, “que Deus abençoe o Petro de Luanda”. Lamentou o facto de o pai do atleta, já falecido, não ter podido assistir à brilhante exibição que o filho fez nas Olimpíadas de Paris. “Quando, pela televisão, vi o Marcos a correr naquele palco, eu disse: “Seja feita a sua vontade, Senhor”, frisou, numa tácita alusão a Deus.
À sua chegada, ontem, a Luanda, às 07 horas, Marcos dos Santos foi recebido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro por uma comitiva da direcção do clube e familiares, que marcaram presença na cerimónia de homenagem, que decorreu entre as 09 e as 11 horas.
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